A Roupa Fala

O corpo sobre o qual são colocados tecidos coloridos ou não criam nosso autorretrato que as vezes pode não ser agradável. 

Nosso estilo é capaz de expressar diversos ângulos da nossa personalidade e de refletir externamente inclusive nossos conflitos internos.

De acordo com Sérgio Lage “a roupa nos constrói e tem um poder sobre nós. Ela é um elemento forte da nossa cultura material. 

Ela nos ajuda a construir universos de sentido e significação, representações e símbolos visuais sobre aspectos de nosso self e de nossa identidade pessoal e social. Nas nossas relações com o mundo, com os outros homens e com os objetos que nos cercam construímos nossa cultura e quem somos”.

Ainda nas palavras de Lage “os objetos que possuímos, usamos ou consumimos, mandam mensagens sobre quem somos, como queremos ser vistos e aspiramos ser. Nosso consumo preenche muito pouco nossas necessidades materiais e funcionais.

Ele é atravessado por um profundo valor emocional e simbólico. Nosso corpo e nossa casa são os suportes sobre os quais inscrevemos projetos e narrativas, mensagens e códigos: um sistema e meio de comunicação.”

Nós falamos através das nossas roupas, da nossa casa e dos nossos objetos. São signos visíveis de nossa condição social e de nossa autoexpressão pessoal. Uso minha casa e meu corpo para dizer quem sou.

Eles são os últimos espaços privados de liberdade criativa que restaram aos indivíduos. Nossos interesses e preferências de consumo transmitem mensagens sobre nossa identidade e status social.

Produtos e marcas pessoais nos ajudam a confirmar a própria imagem e definir nossas frágeis fronteiras de subjetividade, mas também prometem a experiência de novas identidades e da transformação de si”.

Há uma interação social e simbólica com diversos grupos e indivíduos nas diversas escolhas que são feitas, nos signos e imagens que consumimos. Uma roupa, um objeto ou acessório é uma mensagem que efetivamente a pessoa utiliza para transmitir algo sobre o EU.

Em A linguagem das roupas, Alison Lurie - A historiadora inglesa especializada em folclore comenta que "podemos mentir na linguagem das roupas ou tentar dizer a verdade: porém, a menos que estejamos nus ou sejamos carecas, é impossível ficarmos em silêncio." E quem nunca na sua vida não se questionou: com que roupa eu vou?!

A roupa um das primeiras falas, pois os outros nos percebem muito antes de abrirmos a boca para dizer olá! A maneira de vestir pode gerar rótulos, criar estereótipos, e para muitas pessoas é muito subjetiva e inconsciente.

O homem deixou de usar as roupas apenas com a finalidade de proteção ou para se cobrir. Agora o homem utiliza a roupa para dizer se está ou não na moda.

O homem busca:

• Dominar os sentimentos de inferioridade;

• Alcançar a convicção de sua superioridade em relação aos demais;

• Conquistar admiração e assegurar de que ele pertence ao grupo.

A roupa informa o sexo, a idade, a classe social, e pode ir além, mostrando até falsamente origem, personalidade, gostos e o humor naquele momento.

Umberto Eco, na “Psicologia do Vestir” resume bem o que vem a ser o código do vestuário, “a mitra não é um chapéu para a proteção da chuva e sim para comunicar que quem o usa é um bispo.

Numa autoanálise honesta, verifica-se que, em nosso vestuário, o que serve para cobrir o corpo não supera os 50% do conjunto. Os 50% restantes, que dão da gravata até as solas dos sapatos, são uma opção ideológica, ou pelo menos, opção de lançar uma mensagem em códigos e convenções.”

Ao olharmos a pessoa conseguimos inclusive identificar sua profissão muitas vezes.

Assim como nosso comportamento, nossas atitudes e nosso corpo, a nossa roupa também fala. Ela comunica as pessoas com quem convivemos, negociamos e trabalhamos no dia-a-dia, muitos aspectos da nossa personalidade.

As escolhas que fazemos por determinadas peças, combinações de cores, acessórios revelam, às vezes muito mais do que gostaríamos muita coisa a nosso respeito.

A roupa pode ser uma grande aliada na conquista sucesso pessoal, social e profissional, mas também pode levar á perda irremediável de oportunidades.

O primeiro aspecto importante que uma roupa deixa clara para as outras é o de sermos ou não asseados. Quando aparecemos usando roupas com manchas, golas amareladas ou de tecidos que cheiram mal, fica claro que não prestamos atenção a nossa higiene básica diária.

Pessoas desleixadas e pouco atentas aos detalhes de um conjunto bem estruturado costumam não observar colarinhos e punhos puídos, golas mal cortadas, zíperes mal fechados, cintos com o couro desgastado e sapatos com aspecto velho. Bolsas e pastas também se incluem nesse quesito.

Demonstra falta de senso de propriedade, colocação, traquejo e preparo a escolha por um traje inadequado para determinada ocasião.

Cansamos de ver no ambiente empresarial, mulheres vestindo roupas colantes, fendas, decotes, transparências e saias muito curtas. Consequência: acabam passando uma imagem vulgar.

Os homens escorregam nesse aspecto quando, em nome da comodidade, se recusam a usar paletó e gravata em visitas a cliente, casamentos, funerais, solenidades oficiais e outros acontecimentos que exigem mais apuro no vestir. Em muitas empresas, é comum aparecer esse personagem destoante.

Desafina também quem desconhece ou despreza as regras protocolares no que diz respeito aos trajes. Eles foram criados para que a roupa não fira as suscetibilidades, visando a uma homogeneidade entre convidados em determinadas ocasiões.

Quando um convite menciona “Traje a Rigor” significa a imposição de roupa semelhante para todos os convidados. Sob pena de fazer uma má figura e criar até constrangimento aos demais presentes, não tenha dúvida: seja humilde e se curve às regras.

Como diz Fernanda de Barros no livro “Elegância”.

Portanto, se você quiser ser realmente elegante, adote um estilo próprio que combine com a sua personalidade, tipo físico e idade, e jamais perca de vista o principio básico de viver.

“Como os brasileiros não estão isolados e a etiqueta é regida por regras tradicionais, é conveniente estar por dentro delas para que não se cometam gafes”.

Os Estados Unidos, que todos consideram um país moderno, que dispensa etiqueta é, na verdade, um dos que mais se preocupam com ela.

O Japão é o mestre de etiqueta. Nos países Árabes, a etiqueta é seguida com rigor absoluto. Ser elegante também é respeitar a etiqueta. É como andar pela direita no trânsito. Um ótimo meio de se passar incólume nos rigores da etiqueta é usar sempre como escudo a sobriedade, tanto na roupa quanto nos gestos.

A aparência é sempre um ponto importante. As pessoas que cuidam dela sempre contam pontos a seu favor. A sociedade exige que todos se vistam de acordo com as posições que ocupam.

É sempre encarado como ato de rebeldia quebrar uma regra. “Mesmo os mais audaciosos devem se curvar ás exigências da etiqueta.”


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